Recentemente o Ministro do Ambiente provocou uma tempestade em Portugal ao referir que o investimento em veículos a gasóleo será um mau investimento na medida que dentro de alguns anos irão perder muito do seu valor. O Sector dos comerciantes de automóveis insurgiu-se contra essa declaração, mas a realidade é que devido às novas regras WLTP, os novos testes refletem mais 20% a 30% nas emissões oficiais declaradas e como o ISV (Imposto Sobre Veículos) em Portugal tem uma componente importante de cálculo sobre as emissões de CO2 emitidas já se nota algum inflacionamento dos preços dos carros a diesel e isso poderá vir a acentuar-se mais no futuro.
Por outro lado, recentemente a OCDE esteve em Portugal a apresentar um novo estudo sobre a economia portuguesa e defendeu que o combustível gasóleo deve sofrer um agravamento de imposto enquanto que o combustível gasolina deve sofrer um desagravamento de imposto, o que poderá levar a que não só os custos de aquisição como os custos do próprio combustível penalizem os consumidores e empresas que investirem em veículos a gasóleo.
Por outro lado existem incentivos fiscais para a compra de carros eléctricos e híbridos, sendo que o grande problema neste mercado emergente ainda se prende com o elevado custo de aquisição dos veículos, e com a ainda fraca rede de reabastecimento de energia espalhada pelo país, além de as próprias garagens e parques de estacionamento não estarem ainda preparadas, na sua grande maioria, para terem postos de reabastecimento funcionais e em quantidade suficiente para as baterias dos carros eléctricos.
Apesar dessas dificuldades iniciais de introdução de uma nova solução inovadora para a mobilidade, a realidade é que a longo prazo é previsto que a adoção de energia alternativa e sustentável será dominante no mercado a partir de 2030 / 2040, dependendo dos mercados geográficos, e é estimado que os veículos com energia limpa atinjam nessa altura o domínio do mercado.
Para acelerar essa realidade vários países como Espanha, França, etc já anunciaram que vão banir carros com motores a combustão, a gasolina, gasóleo e híbridos. A Espanha, tal como Portugal, pretende lançar essa proibição em 2040. O Grupo Volkswagen pretende deixar de produzir carros com motores a combustão por volta de 2030. Holanda, Irlanda e Índia já anunciaram que pretendem lançar essa proibição em 2030. Mas, por exemplo, a Noruega pretende lançar essa proibição já em 2025.
Devido à crise do Dieselgate, e devido aos novos testes de emissão de CO2, os veículos a Gasóleo serão os primeiros a sofrer penalizações na aquisição e nos combustíveis, no entanto esta vaga de mudança e de inovação irá expandir-se pelo planeta nas próximas 1 a 2 décadas, altura em que os fabricantes deixarão de produzir carros com motores a combustão, e numa segunda fase, passados alguns anos, será proibida a circulação de carros poluentes existentes.
Bruno Silva
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– Licenciatura Pré-Bolonha em Gestão pela Universidade do Minho (2004).
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School (2006).
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro (2007)
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro (2007)
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