Monitorizar a saúde
Por Bruno Silva (Revista SPOT)
Uma das maiores empresas na área dos seguros dos EUA – John Hancock – lançou a iniciativa de fornecer descontos aos clientes que aceitem ter a sua actividade física e de saúde monitorizadas através de smartphones, smartwatches e/ou outras tecnologias de tracking. Esta é uma área muito sensível que tenta transformar os dados físicos e de saúde dos cidadãos ou dos clientes, que sempre foram considerados privados, como uma espécie de jogo social ou de cartão de descontos tal como tem sido adoptado no retalho e nos hipermercados, em troca de descontos.
Com a introdução do RGPD – Regulamento Geral de Protecção de Dados, e mesmo antes dessa legislação, os dados de saúde sempre foram considerados como uma das matérias mais sensíveis e mais protegidas. Neste momento as empresas e os estados têm dificuldade em manter a privacidade de informações relativas à justiça, finanças, entre outras matérias. Informações que deveriam ser sigilosas têm sido utilizadas como armas mediáticas de arremesso consoante os interesses em causa. Imaginemos o que será daqui a alguns anos o espaço público mediático com capas de jornais com manchetes relativas às performances físicas e de saúde de políticos, figuras públicas e demais personalidades e cidadãos, que por causa de alguns descontos ou por causa da imposição de certas entidades tenham de fornecer os seus dados mais sensíveis a entidades que facilmente podem ser vítimas de roubos de informação privada, ataques informáticos, e de outro tipo de estratégias que têm acontecido em diversos domínios da nossa sociedade.
Será que depois a comunicação social e os players de social media irão argumentar que o interesse público se sobrepõe ao interesse privado, como tem acontecido, por exemplo, com as constantes violações do segredo de justiça e roubos de informação privada? Será que, por exemplo, um empregador irá ter acesso aos dados físicos e de saúde dos funcionários, de uma forma constante e regular 24h*7? Saber, por exemplo, quantas calorias os funcionários consomem e gastam por dia? Quais as horas de sono? Ou mais grave do que isso, por exemplo, poder tomar a decisão de dispensar ou influenciar de imediato funcionários devido ao surgimento de doenças graves ou ao surgimento de uma gravidez?
Bruno Silva
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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, CAP, AIP, CCP, CTP, CIG, etc.
# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.
# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 80.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.
# Cronista desde 2006 no Portal Inovação & Marketing, Revista Inovar-te, Portal AEP, Revista Brasileira de Administração, Revista Farmácia Distribuição, E-Go-Marketing, Revista Portugal Inovador (Jornal Público), RTP2, Marketing Farmacêutico e Revista SPOT.
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– Licenciatura Pré-Bolonha em Gestão pela Universidade do Minho (2004).
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School (2006).
– Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro (2007)
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro (2007)
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business, etc.