O Turismo e o Alojamento Local
Por Bruno Silva
Artigo de Opinião publicado na Revista SPOT
Nos últimos anos temos assistido a um aumento considerável da importância do Turismo para a economia nacional. As companhias low-cost e sites como o Booking e Airbnb têm ajudado a que turistas de todo o mundo possam facilmente planear férias prolongadas ou de curta estadia em Portugal, e o aumento da oferta em termos de alojamento impulsionou as receitas do turismo de uma forma assinalável.
Nos últimos anos assistiu-se a um processo de legalização de muitos apartamentos e moradias dedicados ao Alojamento Local, principalmente situados nas cidades e regiões mais turísticas, onde Lisboa, Porto, Algarve, Madeira e Braga assumem um papel de destaque.
Recentemente ficou a saber-se que já são mais de 55 mil os espaços registados para alojamento local em Portugal, com receitas próximas dos 2 mil milhões de euros e que podem superar os 3,5 mil milhões de euros em 2020, segundo a AHRESP. Esta tendência beneficia o comércio local, restauração, actividades culturais e de lazer, funcionando também como um fator de concorrência à Hotelaria e ao Alojamento Tradicional (para famílias).
Devido ao aumento considerável da oferta do alojamento local, que triplicou no espaço de 3 anos, e devido à dificuldade de arrendamento tradicional nos principais centros urbanos, tem-se assistido a um debate político com propostas que estão para estudo e que podem limitar a actividade deste tipo de actividade económica. Há quem defenda que os condomínios devem aprovar actividades de alojamento local nos prédios, existe quem defenda a limitação da actividade de alojamento local a 3 meses por ano, e há quem apresente outro tipo de propostas que estão neste momento em discussão.
Além dos Turistas, também é necessário ter em consideração que o alojamento a Estudantes é também um fenómeno importante a ter em consideração, e também nesse mercado tem-se assistido a um fenómeno inflacionista, tal como tem acontecido no Arrendamento a Famílias.
No geral, considero que devem existir mais regras em termos de acesso à actividade de alojamento local a turistas, através de licenciamentos mais exigentes, e também de uma maior taxação fiscal a essa actividade. Em paralelo, deve existir um desagravamento fiscal em relação ao alojamento tradicional, que tem sofrido aumentos de preços superiores a 10%, nos últimos 12 meses, nas principais cidades do país, com imóveis a ficarem “reservados” numa questão de horas ou de poucos dias, devido à oferta não chegar para a procura actual.
Considerando a região de Braga, e fazendo uma pesquisa online em Janeiro de 2018, pode-se verificar que se uma família quiser arrendar um apartamento tem cerca de 60 opções disponíveis em todo o Distrito de Braga num site da especialidade, como é o caso do Imovirtual. A mesma família se quiser escolher um local para umas mini-férias no Distrito de Braga pode encontrar mais de 300 opções disponíveis no Airbnb. Urge equilibrar e corrigir o mercado com medidas racionais e equilibradas, que continuem a fomentar o turismo e que protejam também as famílias que pretendem arrendar nos principais centros urbanos do país.
Bruno Silva
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# Coach, Consultor e Formador nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo, desde 2009 na InnovMark, colaborando também com Instituições de Ensino Superior, Entidades de Consultoria e de Formação profissional, Associações Empresariais, onde se incluem projectos geridos pela AEP, IAPMEI, CAP, AIP, CCP, CTP, CIG, etc.
# Speaker / Orador, desde 2009, com mais de 100 presenças nos principais Congressos, Seminários, Workshops e Conferências nacionais e Feiras de Negócios nas áreas da Inovação, Marketing e Empreendedorismo.
# Fundador e Community Manager, desde 2006, do Portal Inovação & Marketing, que conta actualmente com mais de 80.000 Subscritores, considerando todos os formatos de subscrição, sendo um dos maiores projectos deste género em Portugal.
# Cronista desde 2006 no Portal Inovação & Marketing, Revista Inovar-te, Portal AEP, Revista Brasileira de Administração, Revista Farmácia Distribuição, E-Go-Marketing, Revista Portugal Inovador (Jornal Público), RTP2, Marketing Farmacêutico e Revista SPOT.
# Fundador e Community Manager, desde 2013, do “Dish Mob Portugal” que promove o espírito “Dish Mob”, e que é um importante movimento nacional de promoção do networking e aceleração de ideias nas áreas da inovação e do empreendedorismo, com mais de 30 eventos já organizados.
– Licenciatura Pré-Bolonha em Gestão pela Universidade do Minho (2004).
– Pós-Graduação em Marketing pelo IPAM – Marketing School (2006).
– Mestrado (Parte Curricular) em Gestão da Tecnologia, Inovação e Conhecimento pela Universidade de Aveiro (2007)
– Curso de Especialização em Empreendedorismo de Base Tecnológica pela Universidade de Aveiro (2007)
– Formações Profissionais em Vendas, Excelência Pessoal, Inteligência Emocional e Criatividade, Gestão do Stress, Organização de Eventos, Comunicação em Público, E-Business, etc.